A história da música sertaneja
“Olha a pamonha, pamonha, pamonha, é o puro creme do milho… Pamonhas de Piracicaba!” Quem nunca ouviu essa entonação em uma Kombi passando pelas ruas dos bairros das cidades mais variadas possíveis?
Pois foi exatamente no município onde você pira que surgiram as primeiras duplas sertanejas de raiz, levando para os quatro cantos do Brasil o que há de mais verdadeiro na realidade do caipira. Se hoje existem vários tipos de música sertaneja é porque lá atrás o compositor Cornélio Pires abriu a porteira para um estilo musical que é só sucesso atualmente.
E foi a canção “Jorginho do Sertão”, entoada pela dupla Mandi e Sorocabinha, a primeira a valorizar as raízes folclóricas e a viola que ganharam novos requintes, mas continuam falando das coisas do coração e do dia a dia de quem veste o chapéu e coloca a bota no estribo.
Passando pelo Paraná, sudeste goiano, Mato Grosso e sul do triângulo mineiro, as modas revelaram o que até então estava restrito ao meio rural. E você, conhece a trajetória do sertanejo? Então jogue o bacheiro nessa ideia e cavalgue conosco!
Falar de música sertaneja sem citar Tonico e Tinoco é como apurar um leite sem coalho. Vamos começar de onde tudo surgiu, exatamente na raiz. Foi por volta da década de 1920 que a música genuinamente caipira trouxe ao conhecimento do público o que passava nas histórias do sertão.
Sertanejo raiz
Da raiz, surgiu a moda de viola entoada por Tião Carreiro e Pardinho, com enfoque no instrumento de 10 cordas, um dos principais símbolos da música sertaneja. Com o surgimento de novas influências, os músicos foram se adaptando sempre de olho nas preferências dos apaixonados pelo estilo musical.
Assim, Milionário e José Rico tiveram a audácia de incorporar a tradição mexicana mariachi aos violinos e trompetes em suas canções. Na mesma época, outras duplas iam surgindo, como Pena Branca & Xavantinho, Léo Canhoto & Robertinho, entre tantos outros.
Alimentados pelo sucesso das emissoras de rádio que estavam no auge durante a década de 1980, os cantores expandiram o estilo às emissoras de TVs quando artistas como Sérgio Reis, Chitãozinho & Xororó, Zezé di Camargo & Luciano, Chrystian & Ralf, João Paulo & Daniel, Leandro & Leonardo, João Mineiro & Marciano, Gian & Giovani, Rick & Renner, entre infindáveis, contribuíram para que o estilo caísse totalmente no gosto musical dos brasileiros.
Como tudo se adapta às novas tendências, os tipos de música sertaneja se expandiram e, hoje, revelam canções e artistas que falam a linguagem dos jovens, dos universitários, dos apaixonados, dos cornos, dos bem-sucedidos, dos fracassados, dos cachaceiros e dos sanfoneiros. Veja, então, o que é destaque nesse estilo que só avança, com rédea solta para o sucesso.
Sertanejo universitário
Depois do romancismo alimentado na década de 1990 — em grande parte pelo projeto “Amigos” — o sertanejo universitário levantou as duplas que encontraram no nicho jovem o principal fortalecimento exatamente em um momento de transição.
Com batidas mais fortes e em um ritmo frenético, César Menotti & Fabiano, João Bosco & Vinícius, passando por Jorge & Mateus, Michel Teló e Luan Santana, entre outros, atingiram o ápice graças a muitos sucessos que conquistaram não só o público brasileiro como o de vários países. Foi um novo começo para o sertanejo se firmar como o estilo que conquista pessoas de diferentes áreas possíveis.
Do choro do Jeca chegou a valorização das festas, da alegria, da emoção, das situações engraçadas, explorando os instrumentos eletrônicos como um chamariz para o jovem que até então era ressabiado com o estilo admirado pelos seus pais e avôs.
Feminejo
Os tipos de música sertaneja cresceram tanto que as duplas deixaram de ser formadas somente por homens, abrindo um espaço para as mulheres mostrarem a força das suas vozes e a presença de palco. Com as plataformas de streaming bombando na internet, as gurias chegaram com força total e desbancaram artistas até então dominantes na web, como Anitta, Rihanna e Beyoncé.
Foi assim que Maiara & Maraísa, Marília Mendonça, Simone & Simaria, Naiara Azevedo, entre outras, despontaram em um marcado até então de difícil acesso alimentado principalmente pelas irmãs Galvão, Roberta Miranda, Paula Fernandes e Sula Miranda.
No Feminejo, as mulheres cantam o que antes era restrito aos homens, como ir ao motel, chorar no bar, beber até cair, dar o troco etc. Assim, o machismo perdeu espaço no estilo.
Sertanejo eletrônico
Como as roupagens sempre são renovadas, o Feminejo influenciou em novos hits com as batidas eletrônicas e remixes alimentados pelos softwares de computador, embalando as pistas de boates Brasil afora.
E foi justamente em uma cidade totalmente rural do interior de São Paulo que surgiu uma dupla que vem estourando nas paradas de sucesso. Quenix e Twinx saíram de Cunha para recriarem hits populares com timbres do future bass.
Além deles, muitos outros artistas estão dando o gás eletrônico nas canções famosas das grandes duplas, mostrando que o sertanejo eletrônico é mais uma tendência com presença garantida no universo dos jovens.
O ritmo já ganhou até mesmo o ambiente de outros países sob a influência do DJ Hud Valppiano, com o hit “Viciou Viciei”.
A música “Onde nasce o sol”, de Bruninho & Davi, com participação de Jorge & Mateus, é outro exemplo de sucesso tão quanto a exploração do gênero por DJs renomados, como Alok.
Explore os diferentes tipos de música sertaneja
Como você pôde observar, a música sertaneja é uma das mais ecléticas de todos os estilos existentes no Brasil, ou seja, nada como curtir o som de acordo com cada momento.
Seja ouvindo um modão na roça, tomando um energético sob as batidas do sertanejo eletrônico ou curtindo um motelzinho com o ar romântico de Chitãozinho & Xororó, saiba que existem tipos de música sertaneja para cada gosto e situações, ou seja, trata-se de uma escolha que tem a cara do Brasil e a voz do campo.
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