Como investir em gado? 6 dicas para não errar

Veja como investir em gado

Fi, você poupou dinheiro por anos pensando em ter um negócio próprio, e agora chegou o momento de fazer o seu investimento. Por isso, tem pensado em aprender como investir em gado, já que trabalhar no campo se tornou uma opção de vida?

Essa é uma boa opção. Afinal, a pecuária é uma atividade em crescimento: hoje, ela conta com mais de 214 milhões de cabeças de gado e uma fatia de mercado que corresponde por mais de 20% da economia brasileira, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Economicamente, é um setor que pode trazer grandes lucros. Prova disso são os leilões de gados, em que são negociados animais de valores altíssimos. Assim, continue a leitura e saiba como investir nesse mercado da melhor forma possível!

Entenda a importância do planejamento

Para qualquer negócio que for abrir, é imprescindível que se faça um plano de negócio, ou seja, um direcionamento com os caminhos que o empreendedor deve seguir para que a empresa funcione. Nele, deve ser previsto o investimento inicial e tempo de retorno financeiro de, no mínimo, cinco anos.

Com a criação de gado, não é diferente. Porém, é preciso ter ciência de que o investimento financeiro é um pouco alto e é preciso escolher as raças de animais adequadas. Dessa forma, é uma atividade que deve ser bem pensada.

Por exemplo, você se encontra em uma região propícia para a criação de gado? Porque os maiores rebanhos estão localizados no sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, em condições climáticas e de pastagens favoráveis, além de propriedades bem estruturadas.

Outro questionamento é para qual finalidade será a atividade, pois ela é dividida em gado para corte, leiteiro e para exposição em leilões. Todos são lucrativos, principalmente o de corte, devido ao alto consumo de carne pelos brasileiros e à crescente exportação.

Esse é um negócio de risco como outro qualquer: assim como pode dar muito lucro, prejuízos também ocorrem, uma vez que os valores do gado dependem das cotações da arroba do boi quando acaba a engorda. Mas, com uma boa orientação, é possível fazer negócios mais acertados e não ser um abeia no ramo.

1. Escolha os melhores gados

É necessário cuidado no momento de selecionar as raças. Comece investindo naquelas de qualidade, mas que sejam acessíveis financeiramente.

O indicado é escolher as mais conhecidas e que tenham gerado bons negócios em outras propriedades. Se o seu empreendimento for direcionado ao gado de corte, é melhor optar pelas Red Poll, Shorthorn, Hereford, British White ou Galloway, que são mais fáceis de lidar. Se a criação for para produção de leite ou leilão, a dica fica para as classes de Guernseys, Pardo Suíço, Jersey ou Holstein, boas produtoras de leite.

2. Saiba quanto deve investir

É muito importante levantar todos os custos. Por isso, avalie se precisará comprar uma fazenda ou sítio, ou se arrendará, quantas cabeças de gado deve adquirir para começar, os gastos diários e mensais para manter os animais e as ferramentas de que pode precisar. Pesquise tudo para saber o valor necessário para ser empregado no negócio, inclusive com capital de giro até começar a ter resultados.

3. Veja onde comprar o gado

Você pode adquirir o gado em feiras, leilões, aplicativos ou com o proprietário — se conhecer algum ou por intermédio de outras pessoas.

Nos leilões, será difícil conversar com o dono do animal. Já nas feiras, torna-se mais fácil a negociação, porém, não terá acesso à propriedade. Agora, se conseguir o contato direto do produtor, terá mais segurança porque poderá conhecer o rebanho e fazer a compra diretamente com o fazendeiro ou responsável.

4. Informe-se sobre a quantidade ideal

Para saber a quantidade de animais indicada para começar, é preciso calcular a unidade pelos alqueires de seu pasto — ou seja, dividir o peso do rebanho de maneira equivalente a uma vaca seca, que é 450 quilos. Se não souber o peso, ele pode ser estimado por aproximação:

• bezerros de 0 a 1 ano — 0,25 UA;
• novilhos de 1 a 2 anos — 0,5 UA;
• novilhos de 2 a 3 anos — 0,75 UA;
• vaca e bois — 1 UA;
• touros — 1,25 UA.

Exemplificando a conta: vamos supor que você tem ou pretende comprar 92 novilhos de 2 a 3 anos para colocar em 50 alqueires. Assim, multiplique 92 x 0,75 = 69 UA. Depois divida 69/50 = 1,38 UA/ha. Assim, tem-se o número ideal máximo — dois gados por alqueire.

5. Negocie a venda das carnes, em caso de gado para abate

Entre em contato com os frigoríficos de 60 a 90 dias antes do abate, para que haja tempo de negociar o produto, fazer cotações e encontrar o melhor preço para ambos. Procurá-los em cima da hora pode fazer com que você perca a chance de boas vendas.

No momento de contato, procure criar um relacionamento para favorecer o clima da negociação e o preço almejado. Crie empatia, já que a compra e venda é feita por pessoas. Inclua os funcionários e motoristas dos caminhões que embarcarão o gado, para evitar lesões que prejudiquem o preço.

6. Conheça o tipo de pastagem ideal

O pasto deve ser de acordo com as condições climáticas do local e precisa atender às exigências nutricionais dos animais que ali habitam. Para isso, é necessário saber:

• o objetivo da produção;
• os valores a serem investidos no rebanho e na propriedade;
• as técnicas de manejo, adubação e irrigação.

Aproveite o período chuvoso e faça o manejo adequado para que haja desenvolvimento radicular da planta. Entretanto, há aqueles produtores que gostam mais do sistema de pastejo rotacionado. Para escolher a melhor técnica, você precisa estudar os sistemas, então, procure se informar e ser bichão na área.

Busque mais conhecimento sobre como investir em gado para que seu empreendimento obtenha sucesso. Afinal, são muitos detalhes envolvidos que precisam de atenção especial para que o rebanho traga a lucratividade esperada.

Gostou deste post? Já que você está interessado em investir no meio rural, aproveite a visita para saber quais são os tipos de gado mais encontrados no Brasil.