Quer entender melhor sobre o assunto, bichão? Continue lendo o texto e saiba mais sobre essa bela tradição brasileira!
Todo bichão que se preze sabe que, embora o rodeio em touros seja o mais conhecido no Brasil, o esporte surgiu por influência da montaria em cavalos. Existem três modalidades muito conhecidas: o cutiano, a sela americana e a bareback.
Das modalidades que envolvem a montaria em cavalos, o rodeio cutiano é o único exclusivamente brasileiro. E, embora tenha perdido um pouco da sua popularidade, ainda agrada muitos fãs.
Tenha um bom panorama sobre o rodeio com cavalos
A montaria em touros é, com certeza, a mais conhecida do cidadão goiano comum. No entanto, quem é da área sabe que a história do rodeio deve muito à montaria em cavalos. No Brasil, a dificuldade em encontrar animais apropriados é um dos fatores que atrapalha bastante a evolução desse esporte.
Dentre os tipos de rodeio em cavalos, podemos citar a modalidade sela americana, bastante semelhante ao rodeio com touros. Nela, quando o cavalo entra, o peão precisa posicionar as esporas no pescoço do animal e puxá-las para trás, em um movimento chamado mark-out. Ele deve ficar sobre o cavalo por 8 segundos sem levar pialo, e sua nota varia de 0 a 100.
E há também a bareback, onde o peão precisa se deitar no dorso do cavalo com uma alça de couro adicionada na cernelha. A ideia é que o competidor puxe as esporas no sentido da alça e permaneça sobre o animal por 8 segundos. Se ele não levar pialo, vai puxar o trecho com uma nota de 0 a 100.
Existem ainda outras modalidades que envolvem cavalos, como a prova dos três tambores. No entanto, elas não são consideradas especificamente tipos de rodeio.
Saiba mais sobre o rodeio cutiano
Se você é fã de montaria, é provável que já tenha ouvido falar do rodeio cutiano, não é, bichão? Trata-se de uma modalidade brasileira de rodeio com cavalos, que ganhou esse nome por causa do tipo de arreio de frente lisa e arredondada que é usado nas provas.
A origem desse estilo está nos peões que brigavam, por volta das décadas de 40 e 50, para ver quem se saía melhor sobre os animais. E é justamente desses jogos que surgiu, em 1956, a Festa do Peão de Barretos, uma das mais famosas do Brasil.
Com o passar dos anos, o rodeio cutiano foi se modernizando. Ganhou novas regras e equipamentos, mantendo-se como o mais popular até o começo da década de 90, quando a montaria em touros começou a se popularizar.
Por causa do custo elevado de manter os cavalos para essa modalidade e da popularidade do rodeio com touros, o cutiano foi perdendo espaço de maneira gradativa. Assim, atualmente, existem pouquíssimas cidades e companhias de rodeio que praticam esse estilo.
Entenda como funciona essa modalidade de rodeio
O rodeio cutiano é bem semelhante à modalidade sela americana. Nele, o peão precisa segurar a rédea com uma das mãos, enquanto a outra fica voltada para cima. Quando o animal sai do brete, o peão deve se segurar por pelo menos 8 segundos com as esporas posicionadas na altura do pescoço no cavalo, puxando-as para trás.
Antes de começar o rodeio, o fiscal é obrigado a verificar todos os equipamentos. No entanto, qualquer pessoa da organização do evento pode acusar o uso de itens suspeitos, que possam facilitar a vida do peão — como colas e ceras.
Começada a montaria, o competidor deve posicionar as esporas no pescoço do cavalo durante o primeiro pulo, antes que as patas da frente toquem o chão. Se o animal não pular, o peão tem direito de escolher outro.
Caso o profissional use o braço, a cerca ou o brete para facilitar a montaria, poderá ser penalizado.
Conheça os equipamentos que são obrigatórios
Assim como no rodeio com touro, o competidor deverá estar equipado com botas, chapéu, camisa de manga comprida, cinto, fivela e esporas de ponta arredondada.
Atualmente, existe uma grande preocupação com o bem-estar do animal. Dessa maneira, são proibidos quaisquer equipamentos que possam lhe causar ferimentos. A montaria é feita com arreio de couro, baixeiro, rédeas de sisal, sedém em material macio e peitera.
Como já foi observado, o juiz precisa conferir o arreamento e os equipamentos como medida de segurança, tanto para o peão quanto para o animal. O competidor pode montar o cavalo uma única vez, para regular os equipamentos antes da montaria.
Entenda melhor o sistema de pontuação
Quando o cavalo começar a fazer o piseiro, o bichão precisa se segurar nele por pelo menos 8 segundos. No entanto, são as esporeadas que o peão vai dar que recebem a pontuação. Além disso, quanto maior for o tempo de permanência, maior será a nota, que pode ser de 0 a 100.
Cada um dos 3 juízes fica com uma prancheta e escreve nela suas notas. Ao final da montaria, as avaliações serão contabilizadas. A média das três será a nota final do peão.
Infrações como ajudar a montaria e abaixar o braço podem descontar pontos e até mesmo desclassificar o competidor. Por isso, o rodeio cutiano exige bastante técnica, bem mais do que simplesmente se equilibrar sobre um animal.
Conheça o rodeio cutiano no Brasil
Apesar da queda na popularidade dessa modalidade, a festa do peão de Barretos continua mantendo o rodeio cutiano como uma das suas principais atrações. Ele é também uma oportunidade para os peões mais jovens se destacarem e exibirem suas habilidades.
São disponibilizadas aproximadamente 30 vagas em Barretos para esse tipo de rodeio: 25 são fornecidas aos competidores com a maior pontuação nas competições da temporada, e 5 são para peões convidados.
Competir em Barretos não é para qualquer abeia, e alguns profissionais ganharam bastante destaque no decorrer dos anos. Alguns dos grandes nomes são: Antonio Juscelino, Marco Antonio Silva e Wilson Martins Araújo.
Como se pode perceber, o rodeio cutiano faz parte de uma tradição importante da cultura sertaneja no Brasil. Por isso, embora tenha perdido espaço para a montaria com touro, todo bichão que se preze precisa conhecer mais sobre essa modalidade que ainda atrai grandes públicos pelo país afora.
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